O poeta em sua oficina se apresenta

Em solidão palavras componho novamente

A vida em segredo na mansidão da noite ressuscitais

Como fogo brando e isolado em castiçais

Assim em silêncio vejo olhar descontente

Que magia é essa? Que se faz em linha presente

Em cada minuto com sigilo me condenais

Com olhos em pranto cada verso atentais

Como que em verso se faz de um sorriso contente?

Esse é o maior, o grande e imenso, defeito

Como que ninguém viste antes este dom alterado

E como no calar do dia o poema se escreve perfeito

Não nego a sina e nem a tormenta

De letra em letra se afoga em sonhos o peito

E eu sozinho, no entardecer de meu quarto, o poeta em sua oficina

[se apresenta.]

Vagner Alves
Enviado por Vagner Alves em 04/01/2011
Código do texto: T2709580
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