Olhos Claros

Quase sempre quero falar sobre os olhos.

Ora!

Os olhos não são o postigo da alma?

Olhos castanhos,

Permanecem em mim como a impressão de um mar quieto,

Atrai-me pelo espelho das águas claras mais profundas.

Parecem calmas, tranqüilas, mas nesse gesto silencioso convida-me a conhecer as estranhas do oceano: segredos que a alma feminina sabe por conexão com a terra, primórdios da existência.

Como a dizer: vem desvenda-me e serei eternamente tua.

Ah! Se eu descobrir!

Se eu me perder nessa aventura e suprimir minhas amarguras, vida sempre haverá em mim.

E que não procurem por mim porque estarei feliz perdido no outro lado desses olhos onde cai.

E mesmo que esses olhos me olhem com sinceridade dois segundos

Pra mim foram dois segundos que vivi e envelheci sem ter que conhecer outros olhos assim.

Sérgio Caldeira
Enviado por Sérgio Caldeira em 06/01/2011
Código do texto: T2712145
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.