Esse vazio se chama saudade
Nos porões do meu coração,
você sobrevive enclausurado.

Não por acaso, nem de caso pensado,
mas é que lá, você se instalou.

No regalo do vinho mais doce,
ao som de violão selo
e em chuva de flores,

em muitos amores você me encantou.

 


Colhendo um pouquinho de mim,
no orvalho do capim, da relva,

cortês e gentil, você se apresenta
e inventa me tocar em pensamentos,
em Lua exelsas.

Sua tez deslumbrante me faz deslumbrada
e, entremeada de ilusões;

minhas prisões do passado
hoje quebradas somente em adivinhações.

 


Enigmaticamente me deixaste carente
do que com você não vivi;apenas sonhei.

Um sorriso suave, olhos de lumem
em noite escura na minha alucinada imaginação,

me pegas pela cintura e afagas com docilidade
meu corpo desejoso e o meu carente coração.


 


E um vazio me invade covarde, impiedoso,
poderoso
a constranger meus sentimentos,
rebentos do que restou, - ambiguidade,

e numa miragem perdida no tempo
lhe reinvento pra não me afastar

de tudo que restou em minhas lembranças,
o vazio de sempre... Saudade!


Edna Fialho

edna fialho
Enviado por edna fialho em 12/01/2011
Reeditado em 02/08/2012
Código do texto: T2725539
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