O PEIXINHO,O CORAÇÃO E O AMOR

Um peixe trazido pelo mar,

Mais morto do que vivo.

A boca aberta a falta de ar.

Como um amor que está em perigo.

Anzóis e redes ameaçam sempre.

Tudo à minha volta em derrocada.

Onde está? Não em minha frente.

O amor, a conquista a namorada.

Parei e o peixinho a estremecer.

Seu rabinho debatendo-se em crise.

Adianta ao mar o peixinho devolver?

Ou morreria como se eu não o visse?

Se como o amor o tempo já passou?

Cada onda que vem morrer na praia

Mata-o trazendo perto de onde estou.

Perto mais uma companheira, uma arraia.

A natureza morrendo assim sem motivo.

O amor inatingível como um barco só,

Um peito muito vazio e sem destino.

Ao olhar o imenso mar...Só vejo pó.

Só areal jogado sem rumo pelos ventos.

Noroeste e prenúncio de tempestade.

Olhos turvos de fina areia invadidos.

Melhor não enxergar a nítida realidade.

O vento passa e veio o temporal.

Vi que as criaturinhas morreram.

Olhei para trás, roupas no varal.

Secas, molharam...É tudo tão igual.

Assim nos deitamos todas as noites.

O que muda e faz diferença na vida?

Ventos fortes, mudanças e mortes?

Ciclo em cada coisa...Sempre renascida.

Claire Fernandes
Enviado por Claire Fernandes em 14/01/2011
Reeditado em 23/10/2011
Código do texto: T2728028
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