Esperança!
Gostava de ver os barcos partindo
assim, na escuridão,
ainda dia não feito.
A esperança agarrada aos olhos de cada
pescador,
gritando alto que este dia sim, seria bom.
Que os barcos voltariam pesados,
tomados de tantos peixes...
Gostava de vir todo dia.
A esperança renovada!
Não gostava de vir à enseada na volta da jornada.
Não gostava de ver o resultado.
Não eram os olhos da vitória ou
da derrota que me tocavam,
mas os da esperança...
A esperança, esta sim, me encantava.
E ela estava toda nos olhos deles,
todas as manhãs,
não importava o dia de ontem...