Cstelo D'areia
I
É duro sentir
é duro ver
Ou mesmo ouvir
Que tudo aquilo que constuímos
Um dia poderia ruir.
Aceitar que tudo é efêmero
Aceitar que mesmo a mais bela
E divina das flores
Um dia torna à terra
Que independente de quando
Teremos que enfrentar nossas próprias dores.
Que nosso amar
Nosso sentir
Nosso sorrir
Não tem mais sentido
Esvai-se em apenas um sopro.
Que aquele nosso castelo
Tão vívido e forte
Aquele que pensamos estar dinamitado em rocha, tinha na realidade, tijolos de areia.
Dói saber que nós mesmos os colocamos lá
Que aqueles olhos brilhantes de fera
Profundos e intrigantes não se fazem mais de espelho pra você
Que Não é você o reflexo deles.
É angustiante ver que tudo é findouro
Que o mais ínfimo beijo do azul infinito contra a areia corroe todo nosso inútil esforço.
Dói se afastar da porta que nos liga
Dói saber que você não é minha vida
Dói saber que não preciso de você
Dói não sentir falta
Dói
Dói saber que faço parte de coisas sem significado
Sempre dói saber que o que nunca existiu acabou.
II
Então deixa doer
Pois dor significa vida
Quem tem dor, tem vida para amar novamente.
Quando não há mais para onde ir
Só podemos seguir em frente
Quando estamos no fundo do poço
A única opção é subir
Amar-se é a sublime tarefa
Se deixar acontecer é a primeira chave
Mas a porta para toda a vida é aproveitar a simplicidade de cada momento.
O segredo é abri cada porta do caminho
Sem a pressão de uma escolha
E levar a vida como se ela nos levasse
Provando todos os sabores e dissabores dela.
No mais, é só guardar as boas lembranças
E as ruins deixar o vento levar
Porque no fim, tudo acaba em flores
É só agir e esperar
Vivendo na alegria e na dor de descobrir quem somos.