A POESIA

Não cabem nestes versos ternos,

áridas palavras

Fica o abismo de palavras ásperas

no uso destes registros sonhados,

trespassadas de não.

No fundo,

o poema escuta silente tristeza

oculta na mordaça da mudez sufocante

nas manhãs de navegar nos mares azuis.

Do poema emana a brisa

que sente o som da tarde e ouve

o que cantamos.

Um verso que não se escreva,

nem se sinta, mergulha no limbo do fim

e na máscara do nada.

O poeta lapida a palavra no granito

e entrega à sina impregnada de delírios

e metáforas que se fundem

carregadas de amor.

O poeta não termina seu poema,

simplesmente interrompe,

porque outros poemas nascerão,

já que o amor se desnuda nos seus dedos

e o amor não tem definição,

é cravo, rosas, espinhos, espelho de vidas,

invólucro de sentimentos.


Paulo Avila
Enviado por Paulo Avila em 25/01/2011
Código do texto: T2750901
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