As nuvens não são de algodão

Foi quando descobri

Que as nuvens não eram de algodão

Que a mais pura emoção

Estava maquiada

Em um semblante descaído

Era simplesmente

O princípio da aflição

Nunca mais cairia novamente

Nesse seu capricho

Me pergunto agora

Dia e noite

Onde está você?

A serenidade dos seus olhos

Fora novamente ofuscada

Pela loucura

Seu olhar hostil

Penetrou até o fundo d'alma

Não consigo esquecer aqueles

Mágicos instantes

Em que evitavas me olhar

Mais uma vez dizia eu

Não desvie seu olhar

Seus olhos negros

Misturavam-se com seus belos cabelos

Caídos por sobre os ombros

Pude novamente viajar

Um instante apenas

Gostaria de lhe falar

Não individualmente

Mas como nós

Seremos novamente nós?

A realidade já me consumia

Nunca mais deitei e sonhei

Em paz

Meu riso estava comprometido

E meu semblante

Tímido ao flertar-te

Arriscando-me considerar-me

Comprometido nesse mar de ilusões

Que é amar-te

E eu cego

Cego de amor

Pois 'os cegos não amam'

Então querida

O risco é totalmente seu.

O Poeta Realista
Enviado por O Poeta Realista em 28/01/2011
Código do texto: T2757005
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