Na minha concha de versos
Em uma concha de versos vou dormir
Em seu limoso escuro mais profundo
Longe do mundo, da vida, longe de ir
Acho que mereço o verso mais imundo
Nesse frio, sinto minha alma fosse partir
Fosse me deixar sozinho neste fosso fundo
Acho que me desviei da luz do seu sorrir
Do castelo cercado e espinhos que foi mundo
Dentro era afável, rico, um berço, um terço
Por fora, era escuro e espinhoso, não mereço
Não tal lembrança passada, sou viscoso
Como lembrar pode ser tão aflito e doloroso?
Por isso vou vegetar na concha, vou me despir
Sonhar, mas se tiver a sorte ou benção de dormir.
Lord Brainron