A Lua, um Morcego e um Poste de Luz.
Na ventania dos crepúsculos quentes,
Me pego olhando a lua.
Grande e redonda.
Amarela também.
Num céu sem nuvens é onde está.
Céu que antes azul,
Já se rende à falta de luz.
Mas ainda carrega algum azul.
Um pouco desbotado, mas bonito.
E a lua nele.
E eu olhando a lua e ele.
Um morcego dá voltas na lua.
Sem querer, é claro.
Dentre suas preocupações,
Certamente não está alcançar a lua.
Mas foi fácil compará-lo
Com os insetos que rodeiam
O poste de luz da rua.
Tudo esquisito e escuro, menos a lua.
A lua, um morcego e um poste de luz.
Junte a isso os tetos das casas,
Fios de energia e árvores altas.
O vento continua...
Caramba, que sem graça!
Monótono como eu.
Tudo bem pra mim.
Pelo menos, foi a primeira vez no dia,
Que eu não pensei nela.