Porque o amor é ébrio
e a razão nessa hora
não se aplica a ninguém!

Persegue-se alucinadamente
em longas estradas,
o calor do doce bálsamo
que não vem.
E é por ele que se vem afagar
a dor do coração,
congelando o fracasso
da inquietude, na tua aparição.

Mas, se espero e não vens
não sei porque
ainda olho para o além.
E, insegura por detrás
das cortinas,
vislumbro teu contorno
em cada esquina.

Nas alquimias grafitadas
dos silenciosos muros,
procuro me sedar
no quarto escuro.

Onde está o cheiro
do teu fumo.
A racional intelectualidade
dá vazão as baixarias mais
profanas.
E nesse instante
mais ainda te amo
e te espero na cama.