DELÍRIOS NOTURNOS

É noite, a solidão impera

O tempo já não existe;

Mais um amanhecer vem nascendo

Na vida de um homem triste.

Ah, mulher, se surgisses do nada

Envolta do teu calor

Para abraçar-me de súbito

E dizer-me murmúrios de amor.

Se viesses sonhar comigo

Acordada no meu leito,

Adornada em renda fina,

Deitar-se sobre o meu peito.

Roçar estes teus lábios

Ávidos para encontrar

Os lábios que te desejam

Sedentos por te beijar.

Ah,que triste delírio

Que sonho maravilhoso

De tê-la sob o meu corpo

Entregue ao prazer e ao gôzo.

Ao desejo de corpos sedentos,

Ao desespero de avassaladora fome,

À gana libidinosa

Ao fogo que nos consome.

Selvageria, insanidade

Volúpia de amor e fúria;

Suor, saliva, disritmia,

Cheiro de sexo e luxúria.

Orgasmos, espasmos, vida,

Pulsações descontroladas;

Respirações ofegantes,

Os braços de minha amada.

Contrações, sensações fortes,

Uma deliciosa letargia dominando;

Nossos corpos totalmente entregues

Em suaves movimentos relaxando.

Onde? Quem sabe? Não me acorde!

Contemplo teu gozo, teu riso;

No sonho sou rei, posso tudo,

Sou dono do paraíso.

Até que o dia se levante

E a noite leve meus devaneios;

E eu perca de vista teu rosto,

E não encontre teus seios.

Mas anoitecerá novamente

E o delírio me trará tua lembrança,

E te amarei dia após dia

Enquanto houver esperança.

Danilo Macedo Marques
Enviado por Danilo Macedo Marques em 08/11/2006
Código do texto: T285451
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