confissões

Meu deus, eis os meus pecados!

Entrego-me como réu confesso

Ao tribunal da minha consciência,

Eu que sempre respeitei

Os limites da decência

Impondo a minha alma

O caminho do bem,

Vejo-me agora caído

Em completo desespero

Pelos beijos de alguém.

Esse alguém meu pai,

No inicio era menos que nada!

Na verdade não era ninguém,

Mas o destino por pirraça

Fez-me um dia, sem querer!

Mergulhar no lago profundo

Do olhar que ela tem.

Não era um simples olhar!

Desses que olhamos e

vamos embora,

Era um olhar de Iracema

Flutuando nas águas paradas

Das lagoas encantadas.

Olhar bonito! Desses que encantam

Arrastando no brilho de um feitiço

A alma mais renitente,

Olhar que enlouquece!

Daqueles que não se esquece

Por mais que agente tente.

E pra completar o meu desespero

Ainda sorriu pra mim

Atirando-me na face

O aroma de uma rosa,

Mas não era qualquer rosa!

Era rosa vermelha,

Cor do desejo e da paixão,

A cor da calcinha que ela usava.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 25/03/2011
Código do texto: T2870349