POBRES COITADOS

Certo homem falou-me

Que o romantismo acabou,

Disse-me o pobre infeliz

Que as flores secaram

E os versos apaixonados

Rabiscados em lenços de papel

Queimaram-se no fogo

Da indiferença feminina.

Ah! Pobres coitados!

Não sabem a verdade.

Como poderiam saber

Que a chama do desejo

Pode até ascender-se

No corpo de uma mulher

Mas para que ele não se apague

É preciso mais? Muito mais?!

Mais do que a força!

Mais do que a razão!

É preciso de musica!

É preciso de serenatas!

É preciso da magia antiga

Dos cavalheiros de outrora

A defenderem o seu amor.

É preciso da sensibilidade do poeta

E a sabedoria do beija flor,

Pois se um canta sua beleza

O outro paira sobre a mesma

Em simbioses de amor.

Mas como poderiam saber

Se são somente homens

E nada mais?!

Ah! Pobres coitados!

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 26/03/2011
Código do texto: T2871932