MEL E PRATA
Que importa este sentimento,
Este oceano perdido sem alento,
Que importa este tormento,
Que me leva a ti sem vencimento?
Que importam as lágrimas de dor,
Estes lamentos e preces ao Senhor,
Se tudo em mim é cinzas e pó,
E chagas abertas iguais á Jó?
Que importam as minhas fracas líricas,
Os jogos silenciosos de mímicas,
Que importa sentir-te presente,
Se na verdade estás léguas ausente?
Que importa o tempo questionar,
As feridas eternamente magoar,
Que importa investir,
Quando tens pressa em partir?
Porque importa amar,
Quando na verdade não vou acalmar,
Que importa admirar o mar,
Quando não te tenho como luar?
Mas importa saberes de mim,
Pelo menos como será o meu fim,
Nestes campos de opressão,
Aonde teu nome é minha canção.