CRUEL TORMENTO

Adeus amor bandido!

Anjo sem juízo

Cujas asas do matrimônio

Esfacelaram-se pluma a pluma

Voando em meio a tempestades

De prazeres, inveja e cobiça.

Agora só o que a te resta

É arrastar-se de peito e boca no chão

Mergulhando no lodo imundo

Desse pântano profundo

Que escolhestes para

Os últimos dias

Da sua miserável vida.

Condenada fostes pelo destino!

E a sentença do teu castigo

Cairá sobre ti

Nos rigores da lei

Que um dia ultrajas-te.

Jamais voarás novamente

Para além das nuvens

Sobre as montanhas

Do teu soberbo orgulho!

E nunca mais olharás de frente

A tua própria face

Sem que se quebre o espelho!

Um dia tombarás

Sobre esse chão nojento

Que escolhes-te para pisar

E não terás ao menos

Uma voz amiga

Para te consolar as dores

Do teu cruel tormento

De anjo caído.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 05/04/2011
Código do texto: T2890322