Havia uma voz
Havia uma voz
que clamava por ti,
que suplicava, sussurrava
por um (o!) grande amor.
Hoje, a voz soa fraca,
distante, vazia de sentimentos;
pálida, talvez, se possuísse cor.
Triste, por assim dizer.
Teu amor sempre será
uma sombra oscilante
pairando sobre os meus olhos,
sufocando a tal voz.
Eu serei sempre um mudo
falante; cavaleiro errante
ouvindo meu coração,
abafando o seu som.
Tu serás sempre
a lua nas alturas,
emoldurada num céu azul
cravejado de estrelas,
serás sempre a rainha
de castelos de areia,
dona de exércitos de cartas
sem letras, palavras ou naipes.
Ouvia uma voz
tímida, apaixonada por ti,
que calou-se em teu beijo
(mesmo que feito de nuvens).