Havia uma voz

Havia uma voz

que clamava por ti,

que suplicava, sussurrava

por um (o!) grande amor.

Hoje, a voz soa fraca,

distante, vazia de sentimentos;

pálida, talvez, se possuísse cor.

Triste, por assim dizer.

Teu amor sempre será

uma sombra oscilante

pairando sobre os meus olhos,

sufocando a tal voz.

Eu serei sempre um mudo

falante; cavaleiro errante

ouvindo meu coração,

abafando o seu som.

Tu serás sempre

a lua nas alturas,

emoldurada num céu azul

cravejado de estrelas,

serás sempre a rainha

de castelos de areia,

dona de exércitos de cartas

sem letras, palavras ou naipes.

Ouvia uma voz

tímida, apaixonada por ti,

que calou-se em teu beijo

(mesmo que feito de nuvens).

Hernany Tafuri
Enviado por Hernany Tafuri em 13/11/2006
Código do texto: T289880