A ÚLTIMA TEMPESTADE

Já se passaram algumas luas

Depois da última tempestade,

No leito ressecado dos meus olhos

Não correm mais águas,

A muito secou as fontes.

De vez em quando,

Lá! Bem lon,n,nge!

Tão brancas... Tão distantes...

Aparecem algumas nuvens.

Mas, mesmo assim,

Ainda insisto em acreditar!

E deixo abertas as porteiras

Do meu caminho

Na esperança de que alguém

Queira andar comigo.

Até hoje, Sem nada dizer,

Todos os que passaram por mim

Seguiram apressados na busca

Dos seus próprios caminhos,

Mas todos deixaram

Alguma coisa.

Alguns deixaram apenas

Suas pegadas na poeira do tempo,

Outros deixaram sementes

Dessa saudade que é o trigo

Com o qual faço meu pão

De cada dia.

E são esses que semearam

Essa saudade dolorida

Que me fazem pensar:

“Quem sabe um dia

Ainda volte a chover!

Quem sabe?!...”.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 22/04/2011
Código do texto: T2923718