VESTIDA DE ADEUS

Maria Luiza Bonini

Vesti-me com a mais triste negritude

Que se usa nas derrareiras partidas

Intencionando abandonar o dom da vida

Naquela madrugada, de soturna solitude

Vesti-me com a coragem que não tinha

Para por fim ao que me era tão caro

Que provia meu ser d' um alimento raro

Com inebriante aroma da mais pura vinha

Vesti-me com o manto das mais lindas flores

Como a primavera, que sempre retorna em cores Para que minha imagem, assim, permenecesse em ti

Vesti-me de adeus para extirpar a insuportável dor

De viver meus dias, na adversa distância do amor

Ato consumado, só teu lamento de dor, ouvi Maria Luiza Bonini

SP. 29.09.2010

Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 08/05/2011
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