GAIOLAS DOURADAS

Vai poesia!

Como um pássaro triste

Que nasceu prisioneiro

Nunca abriste tuas asas

Para o vasto azul

Na amplidão do infinito,

Mas agora aproveita

Esse meu peito ferido

E foge depressa

Para além do horizonte.

Não te detenhas por nada!

Cruza essa terra

Trespassando-a como a seta

De uma pontiaguda saudade

Que eu nunca tive.

E mergulha nos ares

Das águas imensas

Desses imensos mares

Que eu nunca vi.

E por fim,

Quando tuas asas

Fatigadas pelo esforço

Desse primeiro vôo

Forem pouco a pouco

Perdendo altura,

Pousa no olhar

De uma criança...

Olhar de um jovem...

De um homem...

Um velho...

Meu olhar.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 10/05/2011
Código do texto: T2960358