As pestanas repousavam
em sua face como
um leque branco.
Sua sombra pareceu
descolar do corpo
e passar por minha
pele,como se fossem
mãos divinas.
Seus olhos me atravessaram,
 e seguiram para além,
até um lugar de sofrimento
algum inferno íntimo,
desconhecido, a que não
me era dado penetrar.
Parecia uma figura medieval
encerrada em moldura
de uma esguia catedral.
Nesse momento você se tornou
o canto ilusório de uma poesia,
em um silêncio, que feria
meus ouvidos.
Com seu amor tomou-me
pela mão e ao ser beijada
foi como se o escuro
tivesse vida,tivesse forma
tivesse gosto e não fosse
nem dia nem noite.
Com sua voz na minha disse
Adeus..........