AMOR, LOUCO AMOR...
Você não foi o meu primeiro amor
Nem será, tampouco, o último
Mas de todos que na vida tive
Me bastaria que fosse o único!
Eu nunca escrevi seu nome
Dentro de corações flechados
Nos troncos das árvores...
Também não fiz qualquer pedido
A estrela cadente nenhuma
Que se precipitasse do céu...
Todavia, ninguém marcou meu coração
Assim, definitivamente, quanto você...
Por um tempo que os relógios
Se recusaram a cronometrar
Inventamos nossas próprias leis...
Fomos barrancos de um rio selvagem
Que subia pelas cachoeiras
Se embebedava nas enchentes
Lúcidos como dois condenados
Esperando a morte, no corredor...
Não fosse o deserto, enfim, de areia
Hoje, mais do que riachos subterrâneos
Aprisionados, mudos, insípidos
Certamente cantaríamos felizes
Mergulhando nas ondas coroadas
De um mar que ninguém navegou, um dia...