MINHA CRESPA QUE TE QUERO

MINHA CRESPA QUE TE QUERO.

Márcia-Helena,

Minha querida crespa que te quero

Menina de ontem, hoje, linda mulher

É bom gostar de ti, assim eu te venero

E assim será minha filha, se Deus quiser

Gosto dos teus olhares matreiros

Do teu jeito manhoso e engraçado

Do teu sorriso límpido e verdadeiro

E dos teus cabelos encaracolados

Das tuas mãos suaves e redondinhas

Do teu carinho sincero e filial

Quando tu eras a minha menininha

Agora, uma lânguida e doce vestal

Sou um pequeno e pobre poeta

De vida difícil, cansada e ultrajada

Vivendo os dias como um asceta

Tendo-te como a minha namorada

Até o dia em que afinal chegar o rapto

Da morte. Daqui levarei sábia conclusão

Ó menina mulher de dezoito anos exatos

Inicia-te na vida esse labirinto em evolução

Viva a vida sem percalços e desenganos

Se errares não importa (quem não erra?).

Levanta-te e vai em frente! Dá abanos!

Para a vida essa insensata e boa guerra

Minha crespa eu te quero por tudo isso

O pouco que pude te dar não sei se dei bem

Hoje chorando aos ventos como frágil caniço

Sinto que fiz e agora faria muito mais também.

Eráclito Alírio

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 29/11/2006
Código do texto: T304456