NO SUDÁRIO DOS SEUS SEIOS

O seu amor

É um fardo suave

Que minha alma pecadora

Precisa carregar,

Seus braços abertos

Em promessas de abraços

É a doce cruz

A crucificar-me noite e dia

No desejo de te amar.

No sudário dos seus seios

Ouso profanar-te o véu

Depositando sobre eles;

Altares dos sonhos

Desse louco amante!

Dois ardentes beijos

E um par de versos

A se elevarem nas chamas

Como oferendas aos céus.

Deixa que tombe

Sobre os alvos lençóis

Da uma alcova

O corpo ofegante

Dessa pobre vítima

A ser imolada

Como sacrifício vivo

Pelo amor

Que pensei ser nosso!

Mas era só meu.

Depois...

Sem promessa

De ressurreição

Para o nosso amor!

Quando o dia nascer

Só o que me restará é a dor!!

E para sempre

Esse corpo sem vida

Há de vagar pelas ruas

Arrastando... Nos passos lentos...

Uma cruz de saudade.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 27/06/2011
Código do texto: T3060740