GAÚCHO DA FRONTEIRA
Toco na minha gaita
A saudade daquela ingrata
Que desprezou meu traje de gaúcho
Pelo brilho traiçoeiro do luxo
Foi-se embora com o mascate
Viver a vida na cidade
E eu sózinho pela invernada
Fiquei tocando a boiada
Pelos pampas do Rio Grande
Chora errante o Minuano
E a garoa molha os sonhos
Pelos prados verdejantes
Encilho o meu cavalo zaino
Jogo o laço na liberdade
Bem sei que um gaúcho
Não nasceu pra viver na cidade
E toco na minha cordiona
O vanerão da serra
Que fiz pensando nela
Sentindo a falta dela
E o cantar do Quero-Quero
Me traz notícia da prenda
Espero que ela entenda
E volte pra fazenda...