COMO SE MATAM PAIXÕES

Percorro teu carinho inacessível no fog londrino,

Flor despudorada, dona do meu rubor,

Por ti se calam os sinos

E, de repente, amor.

Tua pele alva de fantasma

No claustro da primavera tuas pétalas dormem

E quando a noite teu plasma exala

Desperta em todos os homens.

Assim na noite se faz prisioneira

A rebelar-se contra a coorte

Dos homens tristes entre as fileiras

De encontro a morte.

Flor de costumes carnavalescos

Que mata com um certo primor

Incautos de contos novelescos

Com melodramas de amor.

Gilberto de Carvalho
Enviado por Gilberto de Carvalho em 03/07/2011
Reeditado em 05/07/2011
Código do texto: T3073318
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.