No balé das flores

Chegaste com a delicadeza de uma rosa

Feito gota de orvalho em terra fria

No encanto do olhar... versos e prosas

Inspirando na canção, a melodia.

Chegaste... e o híbrido dominante daquele jardim

Rende-se ao fascínio, por tamanha ternura

Enquanto os lírios, exuberantes, louvam a ti

E no jeito frugal... suavidade, carícia, doçura.

Ao passo que a cor gris do torilo da rosa branca,

Abandona o seu desolamento tornando-se flor

O meu coração de pedra, em seu leito abranda

Para render-se, ao inusitado delírio do amor.

Chegaste... e que seja sempiterno esse amor que nutre

Embora transitório, efêmero, visto que é chama

Mas se petrifique a cada fração de segundos que dure

Eternizando-se, nos mais sublimes gestos de quem ama.

E, hei de te amar, infinitamente, até o ultimo suspiro

Que este, seja por minha morte (tormento de quem vive)

Que não seja pela falta de amor (prenúncio de quem ama).

E se cair no caos da rotina, ou na exiguidade do amor

Em névoas langorosas, possa encontrar-se a sutil razão

Que rege a melodia do nosso amor, a uma nova canção.