UM PARAÍSO NA TERRA

UM PARAÍSO NA TERRA...

Frondosa árvore, ladeada por mansas águas... suas raízes envergavam-se, metade neste lago, metade na terra

como se aquele recanto fosse a própria morada dos deuses, construímos ali o nosso Olimpo...

um pedaço do céu na terra...

ali onde o amor floresceu...

um pedaço de céu neste paraíso,

onde eu ...onde a vi pela primeira vez...

graciosa, nua, nadava e brincava nas claras águas...

águas límpidas que rastejavam suaves ... a deusa banhava-se como se hipnotizada ...

neste pedaço de céu neste pedaço de mim;

encontrei-a, linda, bela musa...

celestial visão,... eu simples mortal, deslumbrado fiquei...

fui até o olhar hipnotizador que já se cruzava com o meu – e o verde do bosque escurecia diante de nós.

o lugar paradisíaco nos envolvia,

puro êxtase, tu me vias, eu te via, nua, corpo molhado,quando das águas saias...

feito sereia, feito peixe,feito mulher!

mais mulher, como uma ninfa, de minha visão não saias...

permanecia eu ali, parado, ante a visão deslumbrante, de seu corpo,...

e assim a paixão nascia.

quando por mim dei-me, seu corpo eu trazia junto ao meu...num abraço,,...

nossos corpos colados,nossos olhares cruzados, nossas bocas se procuravam...

há muito esperado sonho, milagre há muito sonhado...

era o sonho dos meus sonhos!

como saber qual a razão deste amor celestial?

nada a entender, nada a saber, nada a explicar...só o momento existir.

o crepúsculo respondia por nós, a lua que viria testemunhar-nos, já vestia sua roupa iluminada para nos dar um pouco de suas vestes...inebriar-nos de luar

e o momento,como se nos apressando, nos baixos da frondosa árvore, que gentil sombreado nos oferecia, fez-nos provar o amor ardente, em puro êxtase,...

e embriagar-nos de amor.

bebermos do cálice com a sede de amar,...

e ali, nos amamos, num amor molhado e enluarado naquele lugar tranquilo- paraíso adâmico.

quão belo os teus traços...tão bela tu eras...

não importaria mais nada... o mundo era ali.

ali, aqui, fosse onde fosse, estaríamos despercebidos de tempo e hora, o amor que sentíamos, inebriava-nos como um doce mel...

Dueto; Valquíria Lins e Júlio Piovesan