A Formosa em seu Banho
A bela silhueta
de delicadezas entalhada,
desfolha as vestimentas que
em lentidão artística aos
poucos transmuta-se em nudez
esculpida, e os longos
cabelos negro-acastanhados
serpenteiam em ondulações
por cujas doces mechas
daríamos a vida...
E a alva pele, levemente
de sol matizada, em suaves
gestos molhados, transformados
em alegrias gotejadas, refresca-se
sutilmente naqueles lânguidos
contornos firmes por
cujos meigos toques
daríamos a vida...
E seus olhos, entreabertos
de prazeres, são o reflexo
da doação que a dádiva aquática
lhe traz, e o perfume tão natural
que o seu tenro corpo em suavidades
evola, é a testemunha impregnada
de aromas por cujos exalares
daríamos a vida...
E como pomba cintiliante
de suspirado semblante,
naquela fronte límpida em que
jamais declinam os sinais de
seus amores, ela inteira, pés,
e mãos e trejeitos em harmonia,
reveste-se majestosa em novas
túnicas modelada, e em seu
sorriso destacam-se rubros lábios,
por cujos longos beijos
daríamos a vida...
(para quem, em sonhos e realidades,
daria a minha vida...)