POR AMOR

Sou pedaços de mim.

Pedaços soltos,

Esparsos pedaços dos meus braços

Meu corpo diáfano

Meu ventre oco de tantos silêncios,

Agora grita e recita o teu nome.

Entre as labaredas da minha pele – vem,

Bendigo-te os olhos

Os lábios o teu sexo

Vem...

Minhas partes antes perdidas

Agrupam-se ao toque das tuas mãos

Que me rasgam a pele

E expõe minha nudez

Em dobras vermelhas, úmidas/latejantes.

Querentes do teu calor.

Vem e me veja agora.

entreaberta

Sem vergonha

despudorada

Fêmea tua

Mulher ofegante

Amante das tuas fantasias

O anjo que te abençoa

O demônio que te come as carnes

Em vorazes mordidas

E que necessita apenas

De um carinho teu...

Vem, mesmo que seja por um único instante

Derrame em mim teu prazer queimante

Afoga minha sede de tanto te amar

Ou apenas

Crave um punhal de fogo

Apagando esta sede de tanto viver!