[Estranhamente...]
Apresentando O Transversal “La Folie e outras migrações de aves, de outros seres, de outras almas (algumas minhas…)”
Estranho eu estar a ficar, apenas sentindo...
Estranho o que se passa na minha escrita,
Estranho os caminhos, as encruzilhadas,
Estranho até o mar onde vejo as migrações,
As migrações de todos os pássaros,
Estranhas estas minhas migrações,.
Estranho o mar, mesmo ali à frente,
Estranho não o podermos tomar em nossas mãos,
[Ah estas ínfimas mãos...],
Estranho o pensamento que se transforma,
Num repente,
Em pureza, em beleza que jamais abrangerá,
Abrangerá todo o universo,
Albergando todo o limite dos pensamentos,
Estranhos os segredos, as tristezas, até as alegrias,
Estranhas as alegrias que nos fazem ir,
[Ah... ir... ir... partir... ir...],
Como cometas atraídos pela gravidade de planetas,
Para serem empurrados mais rápido até aos confins,
Fins do universo...
Estranho ainda estar a olhar a teia da aranha,
Estranho sentir o baloiçar do barco, ondulando,
Estranho este sufoco de toda a liberdade em escrever,
Estranho...
Estranho sem o ser, como se um beijo escondido fosse,
Fosse trocado...
E com as faces coradas, os olhares rissem,
[Inocentes os olhares]
Das estranhas alegrias comprometidas,
Estranha a dança que se seguiu,
E que nos levou mar afora,
[Para sempre...
Para sempre...]
Estranhamente...
[estranhas as saudades...]