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O Homem que Passa



Amigo, tu que passas – quero-te!
Teu ombro morno é areia macia...
Há luzes douradas no teu rosto
E muito amor nos teus olhos negros!

Lindo és tu, homem que passas!
Teu andar vagaroso desperta desejo
Ao nascer da manhã, na balada da tarde,
Tecendo à noite sonhados beijos!

Homem que passa, trazendo-me encantos,
És meu suspiro, meu poetar exalado!
Tua alegria faz brotar meus sorrisos,
Teus pêlos macios são campos de descanso,
Tuas mãos fortes, abrigo para proteger.
- Calas minha tênue voz e meu ser contrito!

Ah! Se eu pudesse sentir tua pele,
Teu natural perfume roçando minha face!
Nem sabes que sou uma fonte em agonia
Preparada para saciar tua sede de amor,
Ao assobiar o vento ante as nostalgias!

Para onde vais, homem que passa?
Para a estrada, para os montes,
Para se acomodar além do horizonte?

Porque tu não vens se achegando terno
Pra aquecer o inverno do meu ser sombrio?
Que segredo tens, homem que passa?

Amigo caminhante, já demoras pra dizer
Que viestes para aqui ficar.
Porque insistes em não se entregar,
Não abandonas teus braços pra me aprisionar?

Santa Maria! Este homem é tudo o que quero!
Quero-o agora, não mais espero
Este homem tostado de sol...
e que sempre passa!

Desejo que fique e não justifique!
Nem sei se ele me traz um amor certeiro,
Mas quero este homem que passa...
Por companheiro!