A Dama do Fogo e da Água

O mar incendiou-se

No dia em que a ogiva dos deuses

Foi de encontro a ele;

Liberando em sua explosão

A chama de uma paixão

Clamando: - Se revele!!!

-Apareça, dama do fogo e da água!

Senhora do reino das letras,

Musa encantadora!

Arrebata das mãos dos poetas

As notas de suas liras

E faça-se dominadora!

E a dama do fogo e da Água

Senhora dos bardos andantes

Divina imagem de mulher,

Surgiu entre as chamas, cantando

Com sua voz cristalina

Fazendo amanhecer

Um novo dia na história

Uma nova era no mundo

Um novo tempo de amor;

E veio caminhando sobre as águas

Num balanço de tamanha feminilidade

Causando às ninfas furor;

E o rastro de fogo que veio deixando

Aos poucos foi se extinguindo

Até que chegaste à areia fina;

Teus cabelos ao sol brilhavam

Teu peito ofegava

Soluços de menina.

A praia estava repleta

De todos os poetas

Atraídos por ti;

Bardos errantes, boêmios incansáveis,

Trovadores galantes, seresteiros da noite,

Todos ali.

Teus olhos percorrendo a turba

Alcançaram o meu, atônito,

E reluziram em chamas intensas;

Uma força incomum deslocou-me

Jogando-me aos teus pés

Pra ouvir tua sentença:

-És meu! – disse a voz cristalina

-Levarei-te comigo! Amarás a mim

Ao meu corpo, à minha alma!

E levado fui pela divindade

A um mundo de cores e aromas

Meu novo lar, meu refúgio, meu escudo,

E um amor que o mundo desconhece

Impera no reino onde eu vivo

No meio de um nada que é tudo.

Danilo Macedo Marques
Enviado por Danilo Macedo Marques em 11/12/2006
Código do texto: T315098
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