[Sigo o cantar da baleia como um som...]
Apresentando O Transversal “La Folie e outras migrações de aves, de outros seres, de outras almas (algumas minhas…)”
Sigo o cantar da baleia como um som vindo dos deuses dos mares nos sossegos de tantos corais [.]
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Som único que me provoca que me indica
Caminhos nas areias perdidas virgens de conchas
Virgens de nuvens que anunciam tempestade
E mesmo que o frio dos gelos toque na minha pele
A recordação do calor do teu corpo no meu
Aquece-me como o sol que imaginámos sempre
Presente sempre guardado no amago de nós
Na nudez da alma [.]
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Colam-se as almas como gémeos idênticos óctuplos
Palavras que apenas nós entendemos que se grudam
Que se completam como códigos sentidos sem descansos
Na nudez da alma [.]
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Caminho nas areias perdidas virgens de conchas
No fundo do mar respirando o teu perfume
Imagino então o teu céu e as constelações
Que te cobrem de cometas deslumbrantes
Clareando a noite onde os pirilampos acasalam
Ofuscando a luz de uma lua meio escura
Na nudez das nossas almas [.]
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Na nudez das nossas almas fica o cantar da baleia
Que os deuses um dia quiseram que fizesse parte
Para todo o sempre de ti de mim de todo este mar
Nosso mar que esconde as amendoeiras em flor
As margaridas de todas as cores os campos ondulados
Pela suave brisa do teu olhar [.]
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Ah o olhar sem paragens sem descansos que fica
Que fica mesmo que os deuses dos mares um dia
Ceguem-nos por amar tanto neste nosso mar [.]
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