Schopenhauer e o Amor

Não existe prazer

Só existe ausência

O prazer é ausência

Ausência de dor

Só existe a certeza que na mente corre

Certeza da morte há incerteza do amor

O que nos move é o desejo

Instinto para o sexo

O abraço utópico de dois porcos espinhos

Que com medo se aproximam mas não se abraçam

Próximos, mas sozinhos

É a vontade que temos de unir

Não queremos ficar próximos, queremos fundir

A frustração de saber que os espinhos existem

No medo de se ferir muitos deles desistem

Desejamos amor não desejamos dor

Mas para amarmos queremos a fusão

Para que ela aconteça é necessário que esqueçam

A dor necessária para a mínima união

Amor não é prazer, é um bem em si mesmo

Para alcançá-lo, é necessário dor, necessária vontade

Quem ama se espeta, quem ama não é covarde

Se fere por amor.

Helleno de Carvalho
Enviado por Helleno de Carvalho em 19/08/2011
Código do texto: T3168723
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