Cartas para Madelyne "Casa"
Eu era casa singela.
Quentinha, confortável,
Quase vazia...
Na parede muitos quadros,
Aqui dentro,
O sol brilhava o dia todo,todo dia.
E tinha a brisa,
Que lembrava o mar...
Azul em baixo, azul em cima,
Esqueci quando vi a última nuvem.
De manhã cheirava a café,
Estrela d'Alva
E carinho.
De tardinha sonho de comer,
Sonho de querer
E camomila.
Era assim que eu queria.
Eu era livre.
Até do amor.
Quando fecho os olhos me lembro.
Quando abro os olhos te vejo.
Olhos verdes,vórtices tempestuosos,
Fúria plena,com caminhar preciso,
Direção precisa.
Objetivo preciso:
CAOS.
Meu pequeno abrigo se despedaça,
Como ameaça tenho o relento.
Nunca me tocou.
A campina, agora vazia
Aguça meus sentidos:
Está claro, porém frio,
Meu corpo queima, crepita,
Sinto cheiro de eucalipto,
Âmbar e suor...
...O meu suor...misturado a desejo...
Eu quero minha liberdade.
Só a terei no olho do furacão.
Agora é olho por olho,
Agora é olho no olho.
Agora, minha morada é a tempestade.
Agora eu também sou tempestade.