Eulália

Não faz tanto tempo
que conheci Eulália
sentada descontraída
num banco de praça

Alva e serena
cabelos em negrume
beleza rara...
com pudor e inocência

Um sorriso descomunal
de lábios volumosos
em tamanho ideal
para quaisquer olhos

Quem pudesse ver Eulália
tão bem comportada
diria que se tratava
de uma moça casta

Ah, Eulália!
que tão bem disfarçava...
o romance secreto
com o padre Antero

Os corredores da igreja
é que presenciaram
cenas luxuriosas
e também outros atos

Antero, dez anos mais velho
não o fazia por sacrilégio
sem querer se apaixonou
por seu semblante singelo...

Decidido  a mudar de paróquia
tomou todas as providências
pois queria se ver livre
de tamanha indecência...

Mas no dia da mudança
subiu de novo ao altar
recordando tantas lembranças
que guardavam aquele lugar

Viu o rosto de Eulália
na santa que ali fitou
então pôde perceber
que aquilo era mesmo amor

A despeito do que diriam
as pessoas da cidade
largou a paróquia e a batina
pra manter a integridade

Procurava um emprego
pra com a moça se casar
mas não sabia que o destino
uma peça lhes iria pregar

Na hora do casamento
fizeram uma triste viagem
quando um irmão ciumento
agiu com insanidade

Num gesto incoerente
a todos revelou
que Eulália havia sido
seu único amor

Desesperado com a  perda
da mulher de sua vida
Atilho, o irmão do meio
só achou uma saída

Atirou primeiro em Antero
e Eulália ameaçou:
"Se não me amares como quero,
jamais terás um outro amor"

Eulália, em desespero
uma praga então rogou
não suportando o seu desprezo
Também ela ele matou...






(imagem do google)







Yara Chima
Enviado por Yara Chima em 25/08/2011
Reeditado em 25/08/2011
Código do texto: T3181739
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