Cartas para Madelyne "Chuva"
Pra que sonhar,
Minha mão segura a sua.
Pra que correr,
Adoro esse caminho.
Pra que cantar,
Ouço seus risos
E sua falsa ira:
"Maluco!"
Ouço os pingos da chuva.
Que cantam e encantam
Em som e tato,
Morna e gostosa,
Acaricia com leveza e sedução
Grudando no corpo a roupa
E o perfume das flores.
Vejo uma margarida.
Perfeita.Presente perfeito.
Me ajoelho, mas não a tomo.
Não posso, como poderia.
Tão frágil e tão bela.
Ergo meus olhos para Madelyne.
Perco a fala, o foco e o ritimo do meu coração.
"Maldita Chuva,
Como pôde deixa-la mais linda!?"
Recebo como resposta
Um solavanco em meu corpo,
Que me põe o chão às costas.
E seu corpo molhado cobre o meu.
Ah, e a doce margarida
Se inclina em meu rosto
E eu quase posso ouvir seu pedido,
Que é o mesmo que o meu:
Chuva, por favor, não pare agora!