[Nunc et semper ...]
Apresentando O Transversal:
“La Folie - Almas que viajam nas asas do condor avistando o mar em azul sem fim que se mistura com o céu
Reneguei deuses e cristos no meio da tormenta,
E quando cheguei a terra, beijei-a,
Mesmo onde o sangue das batalhas escorria,
Como fonte de água cristalina.
...
[De um rio qualquer.]
...
Reneguei muitas vezes solidões doentias,
Que de tanto regressadas,
Faziam um silêncio profundo
Transformar-se no som das cataratas infindas.
...
Reneguei-me sem solução aos infernos
Da alma,
Como um poeta que dorme em rua deserta
Sem tágides, musas, putas, vinho,
Ou cigarros queimados num sujo cinzeiro,
...
[Como um indigente louco.]
...
Reneguei todos os luares, alvoradas também,
Onde demónios e monstros iludiam os pássaros,
Algumas flores [também] e todas as árvores,
Com grandezas, eternidades em pétalas douradas.
...
Jamais reneguei os meus mares e marés,
Mesmo nas suas iras mais horrendas,
...
Jamais reneguei o meu amor por ti,
Mesmo quando o voo do condor
Queria-nos afastar, das margens do outro.
...
[Jamais...]
...
[Nunc et semper ...]
(Nunc et semper - agora e sempre)