[Talvez me faltassem aquelas palavras,]
Apresentando O Transversal:
“La Folie - Almas que viajam nas asas do condor avistando o mar em azul sem fim que se mistura com o céu”
Talvez me faltassem aquelas palavras,
As que tudo me dizem,
Onde nada falta, nem suspiros, nem sussurros,
Nem imagem, nem som, [nem o olhar...].
Palavras que são como o cantar do melro,
Que ouço,
Palavras que são como a repentina onda de mar,
...
[... que pode ser amar...],
...
Que posso tocar.
Até posso ouvir o som do piano,
[Tão suaves os dedos que afagam as teclas...],
Que me leva pelas searas onduladas,
[... assim... assim...], Aguardando que a brisa
Da alegre primavera, me entre pela alma.
...
[ah... a apaixonada primavera das flores em cor...]
...
Tanta falta me faziam aquelas palavras,
As que tudo me dizem,
...
[tanta...]
...
[Tanta a falta...], que não pintaria de vermelho a parede,
Aquela, onde se escondem as sombras,
[todas gesticulando, sem som, sem nexo...],
[Tanta a falta...], que não abriria hoje,
Nova rota para as baleias nos gelos perpétuos,
[Tanto a falta...] que não te escreveria,
Uma carta só de sorrisos, os nossos.
...
Hoje faltavam aquelas palavras,
As que tudo dizem...
...
Da folha de papel sem as palavras,
Fiz um barco sem mastro, sem vela,
[sem marinheiro sequer...]
[... sem... ancora...]
...
Ainda o vi na direção do mar, baloiçando
Antes de se afundar, devagar, [tão devagar...]
Sem gemidos da madeira, sem o cheiro de açafrão,
... Sem as palavras...
[... que hoje me faltavam, as que tudo dizem...]
[... meu amor...]
...
Ah... como te queria descrever o canto do melro,
Ah... como te queria descrever a imagem do amar,
Ah... como te queria descrever as cores dos corais,
Ah... como te queria descrever as rotas dos cometas,
Ah... como te queria descrever o odor das plantas na primavera,
...
Mas hoje... faltavam aquelas palavras,
As que tudo dizem...