Só Sei Sentir

Quando acordei, e percebi no teu olha a vida que nunca pude tocar, entendi que um só dia é muito pouco, e muito, no nada desse nosso altar.

Acreditei nas verdades não ditas, porque a beleza das poesias tem sempre muito do que falar, e duvidei do amor, não do meu que sempre tive, mas do teu, que a mim nada pode acrescentar.

Narrei o por do sol para o meu diário, na tentativa de esquecer aquele dia, e cantei pra noite com a força de só quem sabe o que é estar sozinho em meio à multidão.

A angústia corroia meu ser, e percebi na vontade de gritar teu nome que já não posso com isso, talvez nunca pude.

Ensaiei um luto só meu, na tentativa fúnebre de matar essa dor, mas sou efêmero assim como tudo em mim, e tudo em mim corre pra ti.

Estou exausto.

Abracei a madrugada e aceitei a solidão, teu nome fixado com imã na geladeira, escrito no papel de pão, traz de volta a memória de uma época feliz, um tempo que fazíamos planos. E hoje, ao som daquela música, já sei que não precisa ser assim.

Se um dia alguém conseguir explicar o amor que sente, este deixará de o ser.

Pois as palavras são poucas e incapazes de falar do que sinto, a verdade é que só sei sentir.

Hudson Eygo
Enviado por Hudson Eygo em 02/10/2011
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