CINZAS


Já não sinto mais frio
deitada nesse chão
com todas minhas partículas imobilizadas
Deixo-me ser levada pelo imaginário
tentando lhe encontrar...

O vento bagunça o meu previsível
e o tempo explode feito bolas de fogo
queimando minhas esperanças
Tantas vozes me confundem
em meio ao silêncio do seu olhar...

Cansada de vestir essa pele
me fluem idéias fúteis
assistindo sempre as mesmas
cenas em branco e preto...

Os portões se fecham
seu toque não curou a minha dor
a tempestade não terminou
Vou lhe esperar aqui...
trancada em meu microcosmo...