Soneto da Dependência

Sua presença está em sua ausência,

Nas roupas que não está vestindo.

Sua presença está em minha louca penitência,

De ouvir o eco dos teus passos com freqüência.

Ó sofrência que de nada tenho paciência,

De viver sem ti, não tenho a menor competência.

Sou um gigante louco que, desde o passado,

Carrega o peso de seu não estar; triste fado.

Meu coração grita de medo, do terror dos espaços,

Que você não ocupa em minha volta, em meu fracasso.

Fracasso de não poder viver sem ti.

Fracasso que faz sentir que me perverti.

Perverti pelo ódio de te fazer vingança de amor,

E te roubar, te raptar, te abduzir,

Daí de onde você está, me causando dor,

E te amar com animal amor, com fervor.

Fervor de te prender e te encher de amor,

Com furor e de ímpeto arrebatador.

Perfume que não sinto em meu labirinto,

Não me acho, de emoção estou irto.

Se isso é amor, é amor cruel,

Doce saudade amarga como feu.

Me salve...antes que eu morra!

Antes que de mim, o último suspiro escape, corra...

Para os meus braços que se afogam no oco,

Do sufoco do eco de te chamar.

Vem amada, fazer morada onde morro,

E o fogo da paixão, vem meu bem aliviar.

Opus Sewaybricker
Enviado por Opus Sewaybricker em 26/12/2006
Código do texto: T328367