HORA EXATA

Jorra de mim poesia em larvas vulcânicas,

Transforma o fogo em água cristalina,

Minha menina, meus deuses, minhas santas,

Cubra com a manta sagrada das rimas

E desvenda o segredo dos versos

Instrumento aberto no canal da inspiração.

Mangue, sangue, transforme as minhas mãos

Em dedos que compõem musica

Acústica,

Na plenitude da solidão.

O poeta explode em mim luminosa estrela

E nessa madrugada de incertezas,

Produz a luz que ilumina a escuridão.

Fado, fardo, afago, samba, baticum...

O que queres de mim? Responda que escrevo!...

Escrevo o que imagino, sinto e não vejo.

Fico horas a ver navios sem nenhuma embarcação.

Na janela vendo o sol quando é noite de inverno.

Inferno sagrado, manchado pela madrugada fria.

Não é noite, não é dia, nem sei que horas são.

Sei que sou livre a escrever versos

Na hora exata da inspiração.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 31/10/2011
Código do texto: T3309268