[Vem... dá-me a tua mão]
Apresentando O Transversal
“La Folie... Um dia, apenas um dia, apenas uma noite”
Melancolia que se quer breve
sem redenção da noite,
na noite que se quer breve.
…
E como se recuperam tantas
as recusas, tanto o desperdício
das palavras perdidas,
nas cataratas que transportam
rios inteiros na direção de mar?
…
[Ah...das recusas, renuncias de nós!]
…
Sempre renunciei a melancolia,
na doce tristeza do adeus,
do reencontro,
ou...
do sentimento.
…
Insuportável a ânsia sem som,
o desfalecimento mórbido,
repentino dos nadas sem explicações,
enquanto as aves migram para o calor,
…
e aquelas que morrem lá no céu,
cumprem o seu destino, cansaço.
…
Recuso o lenço branco da traição,
recuso os astros parados no infinito,
que me indicam rotas erradas,
prefiro os cometas,
fogo de artificio dos céus,
alegria da escura noite parada,
no tempo.
…
Nas recusas onde aporta a melancolia da noite olho-te deitada suspensa na cama sem os lençóis de cetim a cobrir a tua nudez Ouço o soluçar que se quer despedida ou reencontro e da melancolia breve tantas as palavras perdidas penso na noite que se quer longa sem limite como as cataratas que transportam rios inteiros na direção do mar onde dançamos vendo as estrelas cadentes iluminando a escura noite parada no tempo Vem... dá-me a tua mão afastemo-nos do tempo limitado pelo nosso próprio tempo.
...
Vem... nada a meu lado,
...que o mar nos leve
até uma ilha algures onde o sol adormece por vezes, onde as aves terminam as suas migrações... Vem...
… dá-me a tua mão...