[quis-me o fado longe das bandeiras,]
Apresentando O Transversal
“La Folie... Um dia, apenas um dia, apenas uma noite”
quis-me o fado longe das bandeiras,
das margens que sufocam mar,
…
quis-me o destino desconhecidas vidas,
mesmo as que se aglomeravam em mim,
sufocantes e silenciosas,
…
e um dia todo universo desabou
sobre esta terra, libertando animais
e plantas que se refugiaram no mar,
…
...mar de Atlas, o grande rio indomado,
onde navegadores controlam estrelas,
controlam rotas, por uma esfera armilar,
miniatura do firmamento...
[mas...]
jamais controlarão a simples ondulação...
…
quis-me o sol calor sem areal,
onde as sereias parte de pássaros
sem asas, sem canto,
definhavam como margaridas sem
água...
…
quis-me o amar sem poesia,
tantos os amores perfeitos imaginados,
mesmo aqueles reais, escondidos
pela névoa, perto dos penhascos,
…
quis-me o sangramento eterno
de todas as palavras,
sem o limite do alvo papel,
[que interessa a cor...]
como um vinho que se bebe
na solidão da noite descrita por entre estrelas e sóis escondidos...
…
apenas me quis assim,
...
apenas me quis assim,
nesta noite dia,
quis-me sem regresso,
quis-me sem dor...
[ah...amor...quis-te escrever da saudade...]
…
apenas...