Doce Anjo
Eis que se abrem teus lábios amáveis
Pronunciando a mais graciosa e rara tristeza
Entre seus temíveis olhos afáveis
Encontras o mal de tua pueril beleza
Tive a ousadia de, no entanto
Observar-te em sua graça e fúria
Em momentos de terror e encanto
Observei o enternecimento de tua glória
Eis que me enlaço em teu olhar
Arruíno-me em teus movimentos
E me maravilho em teu falar
Já te imagino em meus pensamentos
Antes de me esquecer dos desejos
De lábios de um teor quente e acolhedor
Da perdição dos nossos beijos
Meu doce anjo, minha deusa do amor
Quem ousaria lhe afligir?
Eu não, precioso anjo
Estou certo que ninguém irá nos atingir
Doce anjo, pois, estou tão preso em teu arranjo.