ALÉM DO OCEANO

O que há de ser do lado que eu habito, nesse vasto mar separador?

Teriam as ondas algum poder curador, que possa aliviar tanta saudade?

Que me venha n'alma semelhante claridade que há no horizonte encantador

Que nessas águas ajam outro sabor, açucarado como os hálitos da tarde!

Trariam as viajantes gaivotas em seu regresso um pouco de teu ar?

Só pra que eu possa imaginar que algo tendo sido teu aqui me alcançou

Aliviando esse poder destroçador de uma distância a me dilacerar

E para os meus pulmões abençoar com o ar que no teu ser já viajou!

Grita desse lado oposto do oceano e eu juro que daqui te escutarei

Prometo que recolherei as notas de tua voz e as guardarei no coração

Pra ser o meu pedaço de ilusão e a canção na qual te ouvirei

Pra ser a transgressão da física lei, que não desfaz a essência dessa união!

E eu prometo que não saio desse chão de areias e não mudo dessa vista

Por mais que teu calor do meu dista, de certa forma estás comigo

Se o mar separador for o castigo para que o meu amor de ti desista

Verá meu coração negar sua conquista, pois te esquecer não quero e nem consigo!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 22/11/2011
Reeditado em 27/11/2011
Código do texto: T3349918
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