DOR MATEmatica

Minha alma sangra pelos meus olhos

Lagrimas vertem com a mesma intensidade da dor que me dilacera o coração

Por que desses sentimentos, dessas sensações?

Minha vida está mundanamente equilibrada,

Quadradamente padronizada

Tenho casa, comida , roupa lavada.

O que me falta?

Não tenho você, meu amor.

Você que nem sei ao certo quem é.

Apenas sei que me falta.

A raiz de minha angustia elevada à impotência.

Sinto sua presença de mim subtraída. Sinto-me traído.

Multiplico meus sofrimentos ao ver...

Tudo certo...

Talvez você esteja a meu lado, mas não me vê...

Ou não te vejo.

Tudo certo como dois e dois são quatro...

Mas nos meus sonhos mais íntimos palpita o cinco, o três , o infinito.

Torço pela inversão, luto para quebrar os grilhões que insistem em deixar a matemática inescrupulosamente exata.

Mas sou fraco diante de tanta certeza.

Não luto porque o certo é quatro.

Fui moldado para acertar – luto; estou de....

E daí que prefiro o cinco? O certo será sempre quatro

Desesperadamente quatro!

Edson Montemor
Enviado por Edson Montemor em 05/01/2007
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