[Amanhecem as cores]

Apresentando O Transversal

" La Folie... sempre me lembro de ouvir o mar..."

Amanhecem as cores, algumas

ficam adormecidas no espectro de um arco-íris,

algures,

no final do mar dos sargaços, onde habitam

os peixes que se diz voarem.

Refugio-me nos cheiros da mirra

e do incenso,

o ouro ficou enterrado nos confins

da terra esperando pela luz, pela cobiça,

pela ilusão,

e vejo o rebolar das ondas

contra as rochas desgastadas,

antigos bojadores vergados, tantas as súplicas

dos navegadores, tanto o sangue derramado.

Algumas velas coloridas pintam sonhos,

roubando-lhes a escuridão da noite,

alguns heróis renascem sem face,

e o vinho quer-se cascata ininterrupta.

[justifica-se o amor, justifica-se o ser..],

justifico-me.

Repentino o nevoeiro que envolve esta serenidade,

repentina esta serenidade, requietude,

...

amanhecem as cores sem uma manhã de sol,

mantem-se o silêncio, florescem os temores

de que o regresso não se cumpra,

que o destino seja uma mera quimera,

utopia na rebelião violenta

dos antigos pensares, sentimentos.

Uma gaivota pousa no mastro, olha-me distraída,

regresso a terra justificando-me,

e sento-me nas rochas desgastadas,

olhando pelo nevoeiro distingo o rebolar das ondas,

que me justificam...

que me desgastam...

Desejando a todos que neste Natal o mar esteja calmo, que seja feliz.

Nkisi
Enviado por Nkisi em 20/12/2011
Código do texto: T3398596
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